Friday, September 11, 2009

A Felicidade de uma Oradora

Tenho 23 anos e estou confuso. São 8 horas da noite numa quinta-feira e estou sentando na sala de aula assistindo a uma palestra sobre agências de Publicidade. O assunto até que me interessa um pouco, mas o que realmente me marcou é que não acho que a oradora tenha mais de 26, 27 anos. Ela aparentemente sabe bastante sobre Publicidade, embora tenha lá minhas dúvidas de que ela seja muito feliz no que faz. Ela trabalha meio-período em uma agência relativamente pequena em Brasília e já virou professora. Não entendi o porquê disso. Pra que ficar dando palestra? Ela com certeza não é burra, mas não sei se que ela estaria aqui se fosse bem-sucedida no ramo. Ela não seria professora e nem oradora se não tivesse um bom conhecimento no assunto, pois ela teve de se destacar para que alguém a contratasse, não?

Ela é jovem e em vez de trabalhar integralmente em alguma agência de grande porte em São Paulo ou em outro mercado mais lucrativo, decidiu virar professora na UDF. Ela já trabalhou para o SBT, que deve ter um departamento de Marketing e Publicidade bem extenso. Se tivesse ido bem, não estaria por lá ainda? Não acredito que ela decidiu largar tudo pra ficar dando palestra no IESB.

Sou o único que vê a ironia na situação? Os alunos na minha sala parecem admirar ela, como se o que ela atingiu fosse um parâmetro para o sucesso. Se o Washington Olivetto estivesse aqui, eu não estaria escrevendo isto e sim focado na palestra, obviamente.

Acho que ela devia parar de dar aula e palestras e se concentrar um pouco mais na carreira. Ela podia estar em casa, pensando em alguma grande idéia pra agência dela, em vez de ficar respondendo perguntas para pessoas com o QI abaixo de 85.

Mas no fim, quem sou eu pra falar alguma coisa? Sou um das pouquíssimas pessoas aqui que nasceu antes da década de 90. É uma situação muito estranha, principalmente quando o professor ensina algo que aprendi há 3 anos atrás. Mas, nesse caso, digo apenas “Mea Culpa”.

Ultimamente tenho confiado no meu potencial como escritor, algo que há um mês era inexistente. Porém, o potencial não atingido é algo completamente inútil, não? Também me considero uma pessoa extremamente ambiciosa, mas assim como o potencial, se essa ambição não for concretizada, não adianta nada.

Pensando bem, a situação chega a ser engraçada. Comparada comigo, a oradora é muito bem-sucedida. Será que estou frustrado? Pode até ser, mas bem que essa chata podia parar de falar e deixar o professor fazer a chamada pra eu ir embora pra casa. J

4 comments:

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  2. Fui corrigir uma palavra e deletei tudo, mas eu disse:
    hahaha, adorei, já disse que gosto muito da forma que você escreve e descreve e nos faz sentir e viver o momento que você está contando.
    Ótima a idéia do blog; com certeza vou me divertir muito aqui com seu tom sarcástico!

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  3. gostei também. É um espaço para escrever sem compromisso. bjs

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