Tuesday, September 29, 2009

Estas não são minhas palavras... e sim de um biba-mor. Porém, tenho que ressaltar que o mesmo biba também é um dos meus melhores amigos há mais de uma década, e será por muito tempo.


Aqui vai uma pequena estória de uma pessoa qualquer, um cidadão do mundo que tinha sede de conhecimento. Tanto quis que conseguiu; saiu pra viajar e conhecer, ver o mundo. Viu, gostou, se emocionou, chorou, se divertiu, se indignou e seguiu em diante em busca de novas aventuras. Essa estória começou em um país chamado Guatemala. Lá nosso amigo conheceu realidades diferentes, teve que enfrentar talvez o maior desafio até então de sua vida. Violência, desigualdade, aprendizado e crescimento. Depois de quatro meses imerso nessa realidade e levado por um clima de passividade diante de tantos problemas e injustiças ele precisou que um amigo brasileiro falasse que depois dos quatro meses [ele] já não era mais o mesmo. Já não levava um sorriso constante no rosto. Chocado com esse despertar, nosso amigo aventureiro resolveu então correr atrás daquilo que queria desde o princípio, conhecer e vivenciar o mundo (até o momento a américa latina/central). Lutou e conseguiu sua sonhada liberdade, viajou e conheceu lugares incríveis com direito a visita de familiares e tudo! Trabalhou em coisas distintas, tanto em construções de casas populares como em traduções e aulas de inglês/português.

Seu caminho o levou a uma cidade chamada Xela, onde foi adotado tanto pela cidade como por seus habitantes de forma muito carinhosa. Nessa cidade montanhosa e fria, encontrou dois trabalhos que sempre teve a curiosidade em conhecer! Como sempre boas surpresas o aguardavam, começou a trabalhar em uma fazenda orgânica (de permacultura) com um guia espiritual maia! Lidando diretamente com a terra em um cenário incrível e recebendo diáriamente conhecimentos de uma cultura rica e bem viva! (Isso mesmo meus amigos, a cultura maia não está extinta como a dos Egípcios ou Incas; está bem viva e marginalizada neste país chamado Guatemala!) Durante o dia trabalhando nessa fazenda na montanha, cozinhando os alimentos lá mesmo produzidos e durante a noite trabalhando em um barzinho chamado King & Queen. Um negócio de família, uma família que o adotou e mostrou um pouco do que é ser latino. Um bar visitado por voluntários de todo o mundo, com pessoas engajadas nos mais distintos projetos. O despertar de cada dia era uma aventura, sendo cada dia único e cheio de surpesas. Um sentimento gostoso de felicidade ao despertar e ver o mundo com outros olhos, ver desafios e desigualdades e já com outra visão (já não a mesma do início) para enfrentar o mundo. Ver as desigualdades e ganhar mais forças para lutar e fazer a diferença, por mais que fosse pouca!

Conhecimento talvez seja a palavra que melhor descreva essa aventura. A convivência com pessoas de culturas diferentes fez com que nosso amigo aventureiro pudesse analisar seus conhecimentos teóricos da universidade de outra forma. Durante esse período que viveu em Xela, dividiu o apartamento com duas espanholas que trabalhavam nas Nações Unidas. A alegria era contagiante e todos riam por tudo, fosse pelas pulgas no apartamento ou pelos milhares de chocolates quentes e pratos que cozinhavam. Nosso amigo pôde então vivenciar desde procissões (quase semanais), a maior festa da cidade -a festa da Independencia, pôde ver o projeto onde trabalhava ser aprovado e financiado pelo PNUD (conseguiram 20,000 dólares!) entre muitas coisas que palavras não podiam descrever! E com seu sorriso característico seguiu em frente com muitos planos e idéias, esperando ansioso as aventuras que estavam porvir...

Essa estória foi escrita em um dia frio na montanhosa cidade de Xela, após alguns dias doente e muito inspirado com um coração saudoso e feliz. Querid@s, queria dizer que estou muito feliz e realizado com todos os acontecimentos! Grato por tudo o que aconteceu, todos os problemas e todas as conquistas. Toda essa experiência mostra a cada dia o quanto nós brasileiros somos sortudos! Nós (a todos que escrevo esse email) somo sortudos por ter um país tão bonito, por termos um prato de comida todos os dias, por ter um teto e uma família. Eu principalmente por ter uma familia (biológica ou escolhida) táo especial. Mando aqui um abraço apertado em tod@s, muitos beijos e um sorriso de orelha a orelha... que todos possam sonhar alto, ir sempre além...


- Roberto Brisolla Miyamoto

Friday, September 11, 2009

A Felicidade de uma Oradora

Tenho 23 anos e estou confuso. São 8 horas da noite numa quinta-feira e estou sentando na sala de aula assistindo a uma palestra sobre agências de Publicidade. O assunto até que me interessa um pouco, mas o que realmente me marcou é que não acho que a oradora tenha mais de 26, 27 anos. Ela aparentemente sabe bastante sobre Publicidade, embora tenha lá minhas dúvidas de que ela seja muito feliz no que faz. Ela trabalha meio-período em uma agência relativamente pequena em Brasília e já virou professora. Não entendi o porquê disso. Pra que ficar dando palestra? Ela com certeza não é burra, mas não sei se que ela estaria aqui se fosse bem-sucedida no ramo. Ela não seria professora e nem oradora se não tivesse um bom conhecimento no assunto, pois ela teve de se destacar para que alguém a contratasse, não?

Ela é jovem e em vez de trabalhar integralmente em alguma agência de grande porte em São Paulo ou em outro mercado mais lucrativo, decidiu virar professora na UDF. Ela já trabalhou para o SBT, que deve ter um departamento de Marketing e Publicidade bem extenso. Se tivesse ido bem, não estaria por lá ainda? Não acredito que ela decidiu largar tudo pra ficar dando palestra no IESB.

Sou o único que vê a ironia na situação? Os alunos na minha sala parecem admirar ela, como se o que ela atingiu fosse um parâmetro para o sucesso. Se o Washington Olivetto estivesse aqui, eu não estaria escrevendo isto e sim focado na palestra, obviamente.

Acho que ela devia parar de dar aula e palestras e se concentrar um pouco mais na carreira. Ela podia estar em casa, pensando em alguma grande idéia pra agência dela, em vez de ficar respondendo perguntas para pessoas com o QI abaixo de 85.

Mas no fim, quem sou eu pra falar alguma coisa? Sou um das pouquíssimas pessoas aqui que nasceu antes da década de 90. É uma situação muito estranha, principalmente quando o professor ensina algo que aprendi há 3 anos atrás. Mas, nesse caso, digo apenas “Mea Culpa”.

Ultimamente tenho confiado no meu potencial como escritor, algo que há um mês era inexistente. Porém, o potencial não atingido é algo completamente inútil, não? Também me considero uma pessoa extremamente ambiciosa, mas assim como o potencial, se essa ambição não for concretizada, não adianta nada.

Pensando bem, a situação chega a ser engraçada. Comparada comigo, a oradora é muito bem-sucedida. Será que estou frustrado? Pode até ser, mas bem que essa chata podia parar de falar e deixar o professor fazer a chamada pra eu ir embora pra casa. J